
Estamos vivendo uma era de conexões descartáveis?
Hoje, mais do que nunca, nos vemos cercados por um mar de possibilidades amorosas. A qualquer momento, podemos “conhecer” alguém novo com apenas um deslizar de dedo. A tecnologia facilitou o contato, mas paradoxalmente, dificultou a conexão verdadeira.
Zygmunt Bauman, em sua crítica à modernidade líquida, nos alertou sobre os perigos de uma sociedade que valoriza mais a velocidade do que a profundidade. E isso se aplica com perfeição ao que vivemos hoje no amor: relações tão instáveis quanto o sinal de Wi-Fi em um metrô.
Mas a pergunta que fica é: será que desaprendemos a amar? Ou estamos apenas distraídos demais para lembrar como se faz?
Amor líquido: quando o excesso de opções se torna um veneno disfarçado
Em um mundo onde “sempre pode haver algo melhor”, o amor se tornou um marketplace emocional. A ilusão de abundância nos aprisiona na superfície. Não conseguimos mergulhar em uma história porque já estamos com um olho no próximo capítulo.
Essa mentalidade é viciante. A dopamina liberada pelas possibilidades constantes nos impede de construir algo com base na realidade. É a droga do ego moderno: a fantasia do novo substituindo o valor do agora.
A lógica do descarte e a ansiedade da substituição
Alguém não responde em 5 minutos? Descartado. Te contrariou? Próximo. Mostrou fragilidade? Fraco demais.
Começamos a tratar pessoas como itens de um carrinho de compras emocional. Mas a alma não funciona assim. Ela não busca variedade. Ela clama por verdade.
O amor segundo a Kabbalah: Tikun e o espelho divino
Na sabedoria da Kabbalah, o amor é muito mais do que um sentimento passageiro. Toda conexão é Tikun: uma oportunidade de cura, de lapidação, de reencontro com partes esquecidas de nós mesmos.
Quando escolhemos alguém de verdade, não estamos apenas apaixonados. Estamos dispostos a enfrentar o desconforto, a resistência, a dor da verdade. Porque o amor verdadeiro é um campo de batalha espiritual. É onde nosso ego morre um pouco a cada dia, e nossa alma floresce.
O ego busca prazer. A alma busca crescimento.
Não confundamos dopamina com destino. A sensação de euforia ao conhecer alguém novo pode ser deliciosa, mas ela passa. O que fica é o que foi construído em terreno firme, com verdade, com presença.
Relacionamentos são espelhos. O outro é sempre um reflexo do que ainda precisamos ver, aceitar ou curar em nós. Fugir das relações é fugir de si mesmo.
Desaprendemos a ficar. A resistir. A cuidar.
Em um mundo que nos ensina a “seguir em frente” ao menor sinal de conflito, é revolucionário permanecer. Cuidar. Escolher novamente. Amar de novo, mesmo quando o fäô perdeu o brilho.
Porém, isso exige consciência. Presença. Coragem.
Relacionamentos não são aplicativos. São laboratórios espirituais.
Cada relação é uma sala sagrada onde a vida nos convida a trabalhar nossos aspectos mais sombrios. Ciúmes, controle, medo da rejeição, abandono, necessidade de validação…
Nada disso aparece por acaso. Aparece porque é hora de curar.
A verdade que evitamos: o amor real não é fácil. Mas é divino.
Ele exige escolhas conscientes. Exige que digamos “sim” mesmo quando tudo dentro de nós quer fugir. Amar é um ato espiritual.
E talvez seja por isso que tão poucos amam de verdade. Porque requer a coragem de quem já se encontrou.
O que estamos fazendo com a oportunidade divina de amar?
Talvez o problema não seja o outro. Talvez o problema seja a forma como temos nos relacionado com a ideia de amor. Tornamos tudo rápido, descartável, controlado por likes e validado por stories.
Mas o amor é uma força da alma. Ele está acima das tendências. Ele é eterno porque nos transforma.
Se queremos um novo tipo de relação, precisamos ser um novo tipo de pessoa.
3 EXERCÍCIOS PRÁTICOS PARA AMAR COM A ALMA
- Pratique a presença radical: Quando estiver com alguém, esteja de verdade. Guarde o celular. Olhe nos olhos. Escute sem planejar sua resposta.
- Reflita antes de fugir: Quando sentir vontade de abandonar uma relação por medo, desconforto ou frustração, respire. Pergunte: o que isso está me ensinando sobre mim?
- Escolha um desconforto construtivo por dia: Mande aquela mensagem sincera. Peça desculpas. Elogie. Admita uma vulnerabilidade. Pequenos gestos com intenção curam relações.
Mantra para ancorar no coração:
“A alma não quer um amor perfeito. Ela quer um amor verdadeiro. E isso, meu amigo, minha amiga… só se constrói com coragem.”
Com isso, aproveite para desfrutar ainda mais nesse nosso artigo, que vai complementar bem essa ideia.
Matrix: Você É Livre ou Apenas Parte da Programação?
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